Ascaris lumbricóides
O parasito Ascaris lumbricóides é um
helminto conhecido no meio clinico e popular, pela sua grande distribuição
geográfica e danos causados nos hospedeiros. O parasito é denominado Lombriga
ou Bicha, a patologia causada é denominada ascaridíase, ascaridose ou
ascariose. O parasito adulto são grandes: os vermes machos tem de 15 a 30 cm e
fêmeas de 20 a 50 cm de comprimento. Porem deve-se ressaltar que o tamanho do
parasito depende da quantidade de parasitos albergados no paciente, além do
estado nutricional do mesmo.
Os ovos do parasita são brancos porem
adquire pigmentação castanha após contato com fezes. Os ovos são grandes,
medindo aproximadamente 50 μm, sendo ovais e
com cápsula espessa, em decorrência da membrana externa mamilonada. Os ovos
apresentam massa de células germinativas. As fêmeas após copula eliminam
aproximadamente 200000 ovos diariamente, os ovos tornam-se infectantes
aproximadamente um mês após contato com solo e são infecciosos por vários
meses. As fêmeas podem produzir ovos inférteis em infecções sem o parasita
macho.
A ascaridíase é prevalente e endêmica em
regiões onde o saneamento básico e tratamento dos dejetos humanos são
precárias, alem de locais onde o esgoto humano é utilizado na fertilização.
O primeiro estagio de desenvolvimento do
parasito e a larva L1, a larva L1 é rabiditoide, pois possui duas dilatações no
esôfago em ambas as extremidade e uma constrição no meio. A larva L1 transforma
em L2 aproximadamente uma semana após o inicio do ciclo. Logo após a larva L2
sofre muda para o estagio L3 que é o estagio infectante. A larva L3 é
filarióide, pois tem o esôfago retilíneo.
Após o paciente ingerir os ovos larvados em
estagio L3, os ovos eclodem no intestino delgado, as larvas perfuram a parede
intestinal caindo nos vasos linfáticos e veias, invadindo o fígado. Logo após
chegam ao coração pela veia Cava, seguindo para os pulmões. Após as larvas
sofrerem muda para estagio L4 elas rompem os capilares e caem nos alvéolos,
sofrendo nova transformação para estagio L5, subindo pela traquéia chegam à
faringe onde são deglutidas, fixando no intestino delgado, transformando-se em
jovens adultos, após chegar à maturidade sexual fazem a cópula e ovipostura,
eliminando ovos nas fezes para completar o ciclo.
A ingestão de poucos ovos não produz
sintomas clínicos, porem um único parasito adulto pode perfurar o intestino
causando infecção bacteriana secundaria, alem de possível migração para o bucto
biliar e fígado. A migração dos parasitos para os pulmões ocasionam pneumonite
semelhante a ataque de Asma (tosse, eosinofilia e infiltrado pulmonar). Quando
presente em grandes quantidades os parasitas podem pode provocar grave
obstrução mecânica no intestino.
Geralmente a ascaridíase e assintomática
dificultando o diagnostico clinico, o diagnostico laboratorial é feito pela
pesquisa dos ovos nas fezes, a técnica mais utilizada é a sedimentação
espontânea, porem o método de Kato modificado por Katz é recomendada para
realização de inquéritos epidemiológicos.
A OMS recomenda o uso de quatro drogas no
tratamento da ascaridíase, Albendazol, Mebendazol, Levamisol e Pamoato de
Pirantel.
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