O parasito Ancylostoma duodenale faz parte do Reino Metazoa, Filo Nematoda, Classe
Secernentea, Ordem Strongylida, Família Ancylostomatidae. Os parasitos
apresentam dimorfismo sexual alem de duas estruturas bastantes características:
cápsula bucal, nas fêmeas e machos, e bolsa copuladora, nos machos. O Ancylostoma duodenale parasita o intestino delgado ingerindo sangue do
hospedeiro. O parasito adulto se fixa, através dos dentes, na mucosa do
intestino delgado do hospedeiro. As fêmeas fazem ovoposição de milhares de
ovos, os eliminando nas fezes do hospedeiro. Os ovos do Ancylostoma duodenale são bastante característicos, as larvas rabditóide do
primeiro estádio, são chamadas L1, eclodindo entre 24 e 48 horas após o ovo entrar
em contato com o meio externo. A larva L1 sofre transformação para larva
rabditóide L2. Após nova muda e surge a larva L3. O desenvolvimento do ovo até
a larva L3 ocorre de cinco a oito dias. A infecção intestinal ocorre após a
penetração das larvas L3 através na pele ou pela ingestão das mesmas, a segunda
via mais eficiente para iniciar a patologia.
Na infecção por
via oral, o hospedeiro ingere as larvas L3, as larvas perdem sua cutícula na
passagem pelo estômago. Após três dias de infecção as larvas migram para o
intestino invadindo a mucosa intestinal, sofrendo muda para larva L4, as larvas
L4 migram para o lúmen do intestino delgado, onde transforma em adultos jovens,
fixando à mucosa intestinal realizando hematofagia e posterior cópula.
Nas infecções
percutâneas, as larvas L3 penetram na pele através dos folículos pilosos,
chegando aos vasos sangüíneos e/ou linfáticos.
Uma vez na circulação sanguínea, as larvas L3 são levadas
para a microcirculação pulmonar, penetrando nos alvéolos, passando pelo sistema
respiratório, sendo expelidas ou deglutidas. As larvas L3 durante a passagem
pelo sistema respiratório sofrem a muda para estagio larval L4.
Após chegarem ao
sistema digestivo passando pelo estômago e chegando ao intestino delgado, as
larvas desenvolvem em vermes adultos, alimentando e se reproduzindo. Alternativamente, as larvas L3 podem adentrar
na circulação sistêmica migrando pelos tecidos (migração somática), ficando
instaladas nas fibras musculares esqueléticas como larvas L3 hipobióticas
(dormentes).
A ancilostomose
em humanos é uma grave patologia acometendo milhões de pessoas em regiões
tropicais e subtropicais. A patogenia
causada pelo Ancylostoma
duodenale é uma consequência direta da perda
sanguínea, ocasionado pela fixação e alimentação do Ancylostoma duodenale na mucosa intestinal.
Em algumas regiões países a
Ancilostomose é a principal causadora da perda de sanguínea
intestinal, anemia por deficiência de ferro e desnutrição protéica, dependendo
do estado nutricional do hospedeiro e da carga parasitária, a parasitose pode
causar retardo mental e físico, óbitos em crianças e danos à saúde
materno-fetal em gestantes. O diagnóstico da
parasitose é feito através detecção de ovos nas fezes, porem vale ressaltar que os ovos do Ancylostoma duodenale e muito semelhantes a de outros estrongilídeos. Como
alternativamente, o método de coprocultura desenvolvimento de larvas L3 a
partir dos ovos – pode ser utilizado. O tratamento é feito com uso das drogas
anti-helmínticas, como albendazol, mebendazol, pamoato de pirantel e/ou
levamisol.
Deus seja louvado
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