domingo, 29 de abril de 2018

Papel do Biomédico na Radioterapia





RADIOTERAPIA

O Operador de Equipamentos Radioterápicos será o responsável por verificar o posicionamento anatômico do paciente e pela entrega da dose de radiação, correspondendo entre as suas principais atribuições:

a) participar na confecção de imobilizadores em geral, que serão utilizados no processo de simulação e tratamento radioterápico e na simulação propriamente dita;

b) operar equipamentos simuladores e CT-Simuladores;

c) operar equipamentos de tratamento radioterápico sob supervisão do físico-médico e do radioncologista;

d) participar do programa de qualidade do serviço de radioterapia, realizando testes e coletando dados, controles de qualidade diários e semanais;

e) adquirir imagens antes do tratamento do paciente, analisar estas juntamente com o radioncologista e o físico-médico e com o consentimento destes prosseguir para a entrega da dose de tratamento;

f) realizar o processamento da imagem digital para a verificação do posicionamento do paciente e fazer fusão de imagens;

g) seguir as recomendações de segurança e radioproteção para trabalhadores e pacientes;

h) atuar em empresas especializadas no treinamento de equipamentos, softwares radioterápicos e como vendedor de equipamentos e acessórios para posicionamento do paciente;

i) atuar em pesquisa clínica e participar nos processos de melhoria da qualidade.

II - O Supervisor Técnico em Radioterapia é um profissional que tem a função de verificar todas as etapas do processo de simulação e tratamento radioterápico, sendo responsável pelo treinamento da equipe como forma de garantir a uniformidade e qualidade do tratamento radioterápico. Além do gerenciamento da equipe técnica, poderá:

a) supervisionar a confecção de imobilizadores e o processo de simulação e tratamento radioterápico;

b) supervisionar e analisar a aquisição de imagens e posicionamento do paciente antes do tratamento na ausência do físicomédico e do radioncologista;

c) supervisionar os operadores no processo da administração da dose de tratamento radioterápico;

d) supervisionar a atualização no sistema de gerenciamento a agenda dos pacientes;

e) supervisionar o registro de ocorrências com equipamentos e não conformidades no tratamento do paciente;

f) participar em reuniões de revisão e discussão de casos clínicos;

g) administrar a escala de férias e horário de trabalho dos operadores;

h) responsável pela elaboração do programa de educação continuada e melhoria da qualidade;

i) atuar em empresas especializadas no treinamento de equipamentos, softwares radioterápicos e como vendedor de equipamentos e acessórios radioterápicos;

j) atuar em pesquisa clínica e publicação e artigos científicos.


Biomedicina e Reprodução Humana








Reprodução Humana Assistida é um conjunto de técnicas que tem como principal objetivo tentar viabilizar a gestação em mulheres com dificuldades de engravidar. Muitas vezes essas dificuldades, até mesmo a infertilidade do casal ou um de seus membros, podem trazer sérios prejuízos ao relacionamento conjugal.
O Biomédico especializado nessa área poderá:
Atuar em Identificação e Classificação oocitária: O líquido folicular é recebido e aliquotado em placas de Petri onde, sob visão microscópica os oócitos são identificados e classificados quanto à sua maturidade.

Processamento Seminal: O sêmen coletado após período de liquefação, é avaliado quanto às suas características biofísicas e passa então por técnica de processamento com a associação de lavagens, centrifugações e migrações, em meios específicos, que visam a separação do plasma seminal e a seleção dos espermatozóides mais móveis e capazes para a inseminação dos oócitos.

Espermograma: O espermograma possibilita a obtenção de dados relativos a quantidade e qualidade dos espermatozóides; mesmo um espermograma normal não é garantia de fertilidade do homem.

Criopreservação Seminal: A Criopreservação Seminal tem o objetivo garantir a fertilidade de homens que irão se submeter a procedimentos que possam prejudicar a sua capacidade fértil, para estes casos existem os chamados bancos de sêmen. A criopreservação seminal ganhou importância nos tratamentos de reprodução assistida a partir da descoberta dos agentes crioprotetores. Os crioprotetores têm a função de evitar danos celulares causados pelo processo de criopreservação e descongelamento, que são a desidratação e a formação de cristais de gelo intracelular. O congelamento na maioria das vezes é realizado a partir do sêmen ejaculado, mas também podem ser congelados espermatozóides provenientes diretamente do epidídimo ou do testículo.
Classificação embrionária: Os embriões são classificados pela aparência ao microscópio quanto ao número de células, características das células e presença ou ausência de fragmentação. Embrião de boa qualidade se divide rapidamente, as células são simétricas , com citoplasma claro e pouca fragmentação. 

Criopreservação Embrionária: Conglamento do embrião. Semelhante à Criopreservação Seminal.

Biópsia Embrionária: Este procedimento implica na retirada de uma única célula do embrião (biópsia) "in vitro", no seu terceiro dia de desenvolvimento, onde ele se apresenta com seis a oito células. A biópsia possibilita análise genética, sem prejudicar o desenvolvimento posterior deste embrião.

Hatching: O Assisted Hatching é uma técnica laboratorial que ajuda na fragilização da zona pelúcida, permitindo que o embrião possa implantar-se com mais facilidade no útero. Este tratamento é realizado no laboratório, antes da transferência para o útero da mulher.

Atuar em Embriologia: Realizar a manipulação de gametas (oócitos e espermatozóides) e pré-embriões.






TEXTO:https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/02/biomedicina-e-reproducao-humana.html

sábado, 28 de abril de 2018

Câncer anal

                                     Câncer anal



         

​O que é 
São tumores que ocorrem no canal e bordas externas do ânus. Os tumores no canal do ânus são mais frequentes entre as mulheres. 

Os que surgem nas bordas do ânus são mais comuns no homem. 

Os tumores malignos surgem em tipos diferentes de tecidos, sendo o carcinoma epidermoide responsável por 85% dos casos. O câncer anal é raro e representa de 1 a 2% de todos os tumores do cólon e de 2 a 4% de todos os tipos de câncer que acometem o intestino grosso.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), não há estimativas de novos casos.

Sintomas

O grupo mais predisposto a ter esse tipo de câncer são pessoas com mais de 50 anos, fumantes, com história de fístula anal, infectados pelo HPV e com feridas no ânus. Alterações de hábitos intestinais e presença de sangue nas fezes são razões para consultar o médico. O sintoma mais comum é o sangramento anal vivo durante a evacuação, associado à dor na região do ânus. Outros sinais de alerta são coceira, ardor, secreções incomuns, feridas na região anal e incontinência fecal (impossibilidade para controlar a saída das fezes).

Diagnóstico

Inicialmente, faz-se o exame de toque e, se necessário, a anuscopia e a proctoscopia. O diagnóstico é feito por biópsia de uma amostra do tecido. Outros exames, como ultrassonografia e ressonância magnética, podem ser solicitados pelo médico para detectar a extensão do tumor e orientar na escolha do melhor tratamento.

Tratamento

A definição do tratamento depende do estadiamento do tumor, o que será avaliado pelo diagnóstico. O tratamento pode ser clínico e/ou cirúrgico. O mais utilizado é a combinação de quimioterapia e radioterapia. Em estágios iniciais, o tratamento cirúrgico normalmente é eficiente para remover a parte da região afetada (lesão).

Prevenção

Dieta balanceada, com boa ingestão de frutas, legumes e verduras e pobre em gordura pode prevenir o câncer anal. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de pelo menos cinco porções diárias de frutas e vegetais (cerca de 400g por dia). A prática de atividade física também pode reduzir o risco de câncer, em geral.

Algumas infecções, como as causadas pelo papilomavírus humano (HPV) e pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), são apontadas como responsáveis pelo aumento da incidência de tumores anais. 

Outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), como condilomatose, gonorreia, herpes genital e clamídia, assim como a prática do sexo anal, o tabagismo e a fístula anal crônica (doença que consiste numa conexão anormal entre a superfície do canal anal e o tecido em volta do ânus com secreção purulenta) são relacionadas ao desenvolvimento desse tipo de câncer. Por isso, utilize o preservativo (camisinha) em todas as relações sexuais.








FONTE:https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/info/#110

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Alzheimer



Alzheimer

O que é?

A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro que acomete pessoas com mais idade. Funções cerebrais como memória, linguagem, cálculo, comportamento  são comprometidas de forma lentamente progressiva levando o paciente a uma dependência para executar suas atividades de vida diária.

É um processo diferente do envelhecimento cerebral, pois ocorrem alterações patológicas no tecido cerebral como deposição de proteínas anormais e morte celular.
  
      

Causas
     
A medicina ainda não sabe a causa do Alzheimer, embora seja conhecido o processo de perda de células cerebrais. O que se sabe é que existe uma forte relação com a idade, ou seja, quanto mais idoso, maior a chance de desenvolver a doença.

O Alzheimer não tem um caráter nitidamente genético, com transmissão direta de geração a geração. O que se estima é que haja a transmissão da predisposição para desenvolvê-la, o que, junto a fatores ambientais, poderá ou não desencadeá-la.

 
Principais  Sintomas
   
Os primeiros sinais são a perda de memória e o comportamento alterado do indivíduo. Não é qualquer perda de memória que devemos ficar alertas, mas àquela que se repete e começa a comprometer o dia a dia da pessoa, interferindo no funcionamento das atividades pessoais.
  
Com o evoluir da doença, estas perdas são cada vez mais progressivas e comprometem até memórias autobiográficas do paciente (como nome dos filhos e netos).

As alterações comportamentais podem ocorrer desde o início e são muito frequentes no decorrer da doença. Indivíduos com Alzheimer podem ter características depressivas, de agitação e de agressividade, ou até mesmo delírios e alucinações.
  
Diagnóstico
   
O diagnóstico atualmente se dá com a entrevista médica e a exclusão de outras doenças por meio de exames de sangue e de imagem (tomografia ou ressonância magnética) e avaliação neuropsicológica (expandida ou computadorizada). Não existe ainda um marcador biológico da doença, ou seja, um exame único que o médico possa pedir e ter a segurança total do diagnóstico, mas recentes avanços laboratoriais tem melhorado a acurácia diagnóstica.
    
Tratamento
   
Existem medicações atualmente que estabilizam a doença ou diminuem a velocidade de perda funcional em cerca de cinco anos ou mais, podendo oferecer mais tempo com qualidade de vida ao paciente e aos familiares. Apesar do Alzheimer não ter cura, estas medicações, desde que bem otimizadas, podem oferecer conforto, alívio e qualidade de vida.

    
​Prevenção
     
Atualmente podemos atuar em cinco áreas de prevenção de demência que terão muito mais efeito se realizadas conjuntamente, e mais eficazes se iniciadas precocemente:
·  Atividade física apropriada para idade (de preferencia atividade aeróbica);
·  Alimentação balanceada e voltada para alimentos naturais – dieta do mediterrâneo, alimentos ricos em ômega 3;
·         Prevenção de fatores de risco vascular como controlar diabetes, hipertensão, dislipidemias. Evitar tabagismo, álcool em excesso;
· Atividade intelectual: testes, exercícios mentais, manutenção atividade profissional, programa de reabilitação cognitiva;
· Preservação das relações sociais e familiares (convivência interpessoal, manutenção e reforço de vínculos afetivos).
Ainda não existem remédios milagrosos ou procedimentos definitivos, porém a medicina tem evoluído rapidamente na busca dos melhores recursos para tratar e prevenir o Alzheimer.
    
Incidência
  
No Brasil estima-se que cerca de um milhão de pessoas sofram de Alzheimer. A doença acomete principalmente pessoas entre 60 e 90 anos, podendo aparecer antes e também depois desta faixa de idade, porém com menor frequência.
  
Desde o início dos sintomas, como o esquecimento, até um comprometimento mais grave, com limitação de marcha e da capacidade de engolir, podem se passar de 10 a 15 anos. A doença em si não leva à morte, mas sim a complicações decorrentes do comprometimento de diversas funções.


           

Anemia falciforme


Anemia falciforme

​O que é
Doença falciforme é um problema genético hereditário, causado por uma alteração na hemoglobina presente no glóbulo vermelho do sangue. Sua forma de foice altera a membrana desta célula, que se rompe com mais facilidade, diminuindo o transporte de oxigênio aos órgãos e tecidos. Sua incidência é maior em etnias negras, porém, com a miscigenação da população brasileira, também é possível encontrar pessoas brancas portadoras da doença.

Sintomas
​O quadro clínico apresenta-se com anemia, associada a crises intensas de dor nas costas, pernas e nos braços. Se não tratada adequadamente, pode evoluir com disfunção de vários órgãos, como por exemplo, doenças na retina, insuficiência renal crônica, doença cardíaca, hipertensão pulmonar, entre outras.
         
E nos casos mais graves, o paciente pode apresentar:
 Crise aplástica: quando a medula óssea interrompe a produção de sangue, normalmente associada a alguma infecção por vírus.
 Crise de sequestro esplênico: se caracteriza pelo armazenamento de sangue no fígado, acompanhado de dores abdominais e queda acentuada da hemoglobina.
 Síndrome torácica aguda: o paciente apresenta falta de ar, febre e dor torácica.

Por ser uma doença que passa de pai para filho, o bebê já nasce com a alteração. O diagnóstico precoce é realizado pelo teste do pezinho. Mas se a doença não for detectada no nascimento e a criança apresentar sintomas, como infecções recorrentes, fadiga, icterícia, úlceras nos membros inferiores, ou quadros de pneumonia, é um sinal de que algo está errado. Neste caso, o exame que detecta a anemia falciforme é a eletroforese de hemoglobina, um exame laboratorial específico, que analisa a presença da hemoglobina S.


Tratamento
Quanto antes o diagnóstico for confirmado, melhor. O ideal para o tratamento é que o paciente tenha um acompanhamento adequado, com suporte multiprofissional em um centro de referência. O apoio de assistentes sociais, psicólogos, oftalmologistas e fisioterapeutas também têm a sua importância no tratamento da anemia falciforme e deve ser feito durante a vida inteira. Também é muito importante manter a rotina de exames diagnósticos para evitar as complicações crônicas, como o AVC, alterações cardíacas, além de acompanhar a taxa de hemoglobina.

Atualmente, existe tratamento medicamentoso com o hidroxiuréia, que auxilia no aumento da hemoglobina fetal e ajuda a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento curativo é possível apenas com o transplante de medula óssea, mas só é indicado para pessoas com até 16 anos e com indicações específicas.



Fonte: https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/info/#129
     

Deus seja louvado

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Mine Atlas de Micologia Médica



CÓLERA ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS


Descrição - Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina do bacilo da Cólera Vibrio cholerae, frequentemente assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve. Pode se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal à infecção.
Agente etiológico - Vibrio cholerae O1, biotipo clássico ou El Tor (sorotipos Inaba, Ogawa ou Hikogima), toxigênico, e, também, o O139. Bacilo gram-negativo, com flagelo polar, aeróbio ou anaeróbio facultativo, produtor de endotoxina.
Reservatório - O principal é o homem. Estudos recentes sugerem a existência de reservatórios ambientais como plantas aquáticas e frutos do mar.
Modo de transmissão - Ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes ou vômitos de doente ou portador. A contaminação pessoa a pessoa é menos importante na cadeia epidemiológica. A variedade El Tor persiste na água por muito tempo, o que aumenta a probabilidade de manter sua transmissão e circulação.
Período de incubação - De algumas horas a 5 dias. Na maioria dos casos, de 2 a 3 dias.
Período de transmissibilidade - Dura enquanto houver eliminação do V. cholerae nas fezes, o que ocorre, geralmente, até poucos dias após a cura. Para fins de vigilância, o padrão aceito é de 20 dias. Alguns indivíduos podem permanecer portadores sadios por meses ou até anos, situação de particular importância, já que podem se tornar responsáveis pela introdução da doença em área indene.
Suscetibilidade e imunidade - A suscetibilidade é variável e aumenta na presença de fatores que diminuem a acidez gástrica (acloridria, gastrectomia, uso de alcalinizantes e outros). A infecção produz elevação de anticorpos e confere imunidade por tempo limitado, em torno de 6 meses.

Complicações - São decorrentes, fundamentalmente, da depleção hidro-salina imposta pela diarreia e pelos vômitos. A desidratação não corrigida levará a uma deterioração progressiva da circulação, da função renal e do balanço hidroeletrolítico, produzindo dano a todos os sistemas do organismo. Em consequência, sobrevém choque hipovolêmico, necrose tubular renal, íleo paralítico, hipocalemia (levando a arritmias), hipoglicemia (com convulsão e coma em crianças). O aborto é comum no 3º trimestre de gestação, em casos de choque hipovolêmico. As compli cações podem ser evitadas com adequada hidratação precoce.
Diagnóstico
Laboratorial-O V. cholerae pode ser isolado a partir da cultura de amostras de fezes de doentes ou portadores assintomáticos. A coleta do material pode ser feita por swab retal ou fecal, fezes in natura ou em papel de filtro.
Clinico-epidemiologico-Casos de diarreia nos quais são relacionadas variáveis com manifestações clínicas e epidemiológicas capazes de definir o diagnóstico, sem investigação laboratorial.
Diagnóstico diferencial - Com todas as diarreias agudas.
Tratamento - Formas leves e moderadas, com soro de reidratação oral (SRO). Formas graves, com hidratação venosa e antibiótico: para menores de 8 anos, recomenda-se Sulfametoxazol (50mg/kg/dia) + Trimetoprim (10mg/kg/dia), via oral, de 12/12 horas, por 3 dias; para maiores de 8 anos, Tetraciclina, 500mg, via oral, de 6/6 horas, por 3 dias; para gestantes e nutrizes, Ampicilina, 500mg, VO, de 6/6 horas, por 3 dias.
Características epidemiológicas - Atualmente, o comportamento da Cólera, no Brasil, sugere um padrão endêmico. A deficiência do abastecimento de água tratada, destino inadequado dos dejetos, alta densidade populacional, carências de habitação, higiene inadequada, alimentação precária, educação insuficiente favorecem a ocorrência da doença. Nas áreas epidêmicas, o grupo etário mais atingido é o de maiores de 15 anos, enquanto que nas áreas endêmicas a faixa mais jovem é a mais atingida. A incidência predomina no sexo masculino, por maior exposição à contaminação ambiental. Entre os anos de 2000 e 2008, ocorreu uma redução significativa no número de casos e óbitos por Cólera no Brasil, sendo registrados, nesse período, 766 casos e 20 óbitos, todos na região Nordeste. A taxa de letalidade, em casos graves de Cólera sem tratamento adequado, pode atingir 50%, porém, quando esse é instituído, correta e precocemente, a taxa pode cair para menos de 2%. No período de 1991 a 2004, a letalidade oscilou em torno de 1,3%, apresentando desde então percentuais mais elevados. Esse aumento, no entanto, não parece estar ligado a uma deterioração do atendimento ao paciente, mas possivelmente a uma sub-notificação importante de casos.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos - Impedir ou dificultar a propagação da doença; reduzir a incidência e a letalidade; controlar surtos.
Notificação - Doença de notificação compulsória internacional, com desencadeamento de investigação epidemiológica imediatamente após o estabelecimento da suspeita.
MEDIDAS DE CONTROLE
Quando o V. cholerae é introduzido em áreas com precárias condições sanitárias, o risco de circulação é bastante elevado e, principalmente, quando não existe um bom sistema de abastecimento de água potável para as comunidades, o principal instrumento para o controle da Cólera, é prover as populações sob risco, de adequada infraestrutura de saneamento (água, esgotamento sanitário e coleta e disposição de lixo), o que exige investimentos sociais do poder público. A rede assistencial deve estar estruturada e capacitada para a detecção precoce e o manejo adequado dos casos. Deve-se ter cuidados com os vômitos e as fezes dos pacientes no domicílio. É im portante informar sobre a necessidade da lavagem rigorosa das mãos e procedimentos básicos de higiene. Isolamento entérico nos casos hos pitalizados, com desinfecção concorrente de fezes, vômitos, vestuário e roupa de cama dos pacientes. A quimioprofilaxia de contatos não é indicada por não ser eficaz para conter a propagação dos casos. Além disso, o uso de antibiótico altera a flora intestinal, modificando a sus cetibilidade à infecção, podendo provocar o aparecimento de cepas resistentes. A vacinação apresenta
baixa eficácia (50%), curta dura ção de imunidade (3 a 6 meses) e não evita a infecção assintomática. Para vigiar e detectar precocemente a circulação do agente preconiza-se: fortalecimento da monitorização das doenças diarréicas agudas (MDDA), nos municípios do país, e a monitorização ambiental para pesquisa de V. cholerae, no ambiente. É importante ressaltar que no caso do V. cholerae El Tor, a relação entre doentes e assintomáticos é muito alta, podendo haver de 30 a 100 assintomáticos para cada indi víduo doente; assim, as medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas a toda a comunidade, para garantir o impacto desejado.


domingo, 8 de abril de 2018

Taenia sp

            

O gênero Taenia faz parte da família Taeniidae da classe Cestóide e da ordem Cyclophyllidea, os parasitos apresentam ausência de aparelho digestivo, corpo segmentado em proglotes. Possuem aparelho reprodutor hermafrodita e quatro ventosas no escólex.
   A Taenia solium parasita obrigatoriamente o porco e Taenia saginata os bovídeo, o termo solitária refere a ambos.
   Os vermes são achatados, medindo T. solium 1,5 - 4 m e T. saginata 4 – 12 m, em raros casos a T. solium pode atingir 8m e T. saginata 25 m. o parasita é branco com aspecto leitoso, algumas vezes amarelado ou rosado.
   O escólex é o órgão por onde o parasita fica aderido à mucosa, as ventosas são depressões por onde o parasita faz sucção e os ganchos são formações rígidas que ficam implantadas no tecido.
   O estróbilo e a região de crescimento do corpo do parasita, essa região tem crescimento continuo originando as proglotes jovens, à medida que o corpo se afasta do escóloex, tem origem às proglotes maduras e grávidas.
   Os ovos de T. saginata e T.solium são semelhantes, apresentando forma esférica, com 30-40 mm, possuindo no interior embrióforo com 3 mm de espessura. O embrião hexacanto é infectante quando atinge o meio. A presença de ovos nas fezes do paciente ocorre graças ao fato da superfície gerada pela ruptura entre os anéis de união das proglotes não cicatrizar. Na maioria das vezes a proglote lançam ovos no meio externo, porem a passagem de proglote pelo esfíncter anal, pode rompê-la, liberando grandes quantidade de ovos no períneo. Os pacientes infectados por Taenia saginata contaminam o ambiente com 700000 ovos diariamente. O embrião sai do envoltório no tubo digestivo do hospedeiro intermediário.
   Após o hospedeiro intermediário ingerir o ovo de T. saginata, ocorre à eclosão e ativação do embrião, logo após a oncosfera penetra a mucosa intestinal, chegando à circulação sanguínea, desenvolvendo no tecido conjuntivo dos músculos esquelético e cardíaco, tecido gorduroso e parêquima de órgãos, aproximadamente duas semanas após a infecção é possível observar os cisticercos a olho nu, após 10 semanas o amadurecimento e capacidade infectantes estão completos. Os cisticercos de Taenia saguinata mede 7-10 mm de comprimento por 4-6 mm de largura, com aspecto perláceo, ovóide ou alongado.
  A Taenia solium mede 1,5-4m, habitando o inicio do jejuno, fixando por meio de ventosas e rostelo. O parasito libera segmentos da cadeia com 5 proglotes, as mesmas misturam nas fezes. Os porcos apresentam infecção maciça graças a seu habito coprófagos. As larvas são liberadas na luz intestinal, penetra à mucosa e atinge a circulação, sendo levado ao habitat definitivo.
  O cisticerco de Taenia solium pode desenvolver em qualquer região, porem tem preferência pelos músculos cardíacos e esqueléticos dos suínos. Após 60-75 dias, as larvas são infectantes para o homem, a infecção humana ocorre quando o homem consome carne de porco crua ou mal cozida. No intestino do homem a digestão da carne libera os cisticercos, os pacientes liberam as primeiras proglotes de Taenia solium 60-70 dias depois.
   Na maioria dos casos a teníase é assintomática, o paciente são torna-se consciente da patologia quando elimina proglotes nas fezes. Nas infecções por Taenia signata, os pacientes apresentam quadros de dor abdominal, náuseas, fraqueza, perda de peso, apetite aumentado, cefaléia, constipação intestinal, vertigem, diarréia e plurido anal.
A presença do parasita pode causar alterações da motricidade e da secreção digestiva. Após o período de incubação pode surgir perturbações gastrointestinal, como; diarréia e dor epigástrica alem de perda de peso. Também pode surgir leucocitose moderada, leucopenia e eosinofilia.
   A sintomatologia provocada pela Taenia solium é semelhante à causada pela Taenia saginata. Porem a maioria dos casos e assintomática, pois o verme e menor e as proglotes são menos ativas. A gravidade da patologia esta relacionado ao fato do homem ser hospedeiro definitivo e intermediário, podendo desenvolver quadro de cisticercose humana.
   O diagnostico em boa parte dos casos é feita pelo próprio paciente, quando as proglotes livres são encontradas nas fezes ou roupa intima. O diagnostico laboratorial é feito pela pesquisa de plogotes pelo método de tamisação, esse método também é usado para diagnosticar a espécie envolvida na infecção. São também utilizados as técnicas de pesquisa de ovos nas fezes e pesquisa de ovos com fita adesiva.
  Antes de iniciar o tratamento da teníase, deve-se identificar a espécie do parasita, essa identificação é útil para direcionar o tratamento, alem de orientar o paciente sobre riscos de novas infecções.
  Quando o paciente esta infectado apenas por T. siginata sem indícios de cisticercose, o tratamento pode ser feito utilizando todo arsenal farmacológico. Quando infectado por T.solium, é apresentando quadro de clinico indicativo de cisticercose, deve-se utilizar fármacos que não ataque a forma larvária, pois a morte da larva desencadeia agravamento do quadro de cisticercose ocular e nervosa.
   Os fármacos mais utilizado são a niclosamida e praziquantel, o mebendazol e paramomicina são fármacos secundários. A semente de abobora pode ser utilizada como tratamento alternativo. Deve-se evitar fármacos que induzem o vomito pelo risco de auto infecção.
        

Curso de Bioestatística- Parte 1

   Estatística #01 Estatística #02 ( População, Censo e Amostra) Estatística #03 (aspectos dos dados) Estatística #04 - Tabela de Frequ...